domingo, 6 de setembro de 2015

Linda de Morrer - Opiniões Críticas

Hoje, tive a oportunidade de assistir ao longa brasileiro "Linda de morrer". O filme apresenta uma estrutura de narrativa muito "clichê" e, portanto, uma história previsível. Contudo, o filme dá um show de interpretações e conteúdo para reflexão.
Quanto a estrutura da narrativa, a construção do drama lembra um pouco a construção de "Ghost, do outro lado da vida", porém, em nosso caso, o contraste entre a ideia inicial da personagem principal e seu processo de iluminação rumo a uma plena humanidade é mais evidente e mais existencial.
O filme começa com uma crítica à ideia de "belo midiático", que será encarnado, inicialmente, pela personagem principal Paula (Glória Pires). Essa mulher, "ícone de uma mulher moderna", vive para o seu trabalho e para a ideia de construção de um futuro perfeito. Em seu projeto, a imagem aprovada como perfeita para a sociedade é tudo. Em suas escolhas existenciais, Paula acaba encerrando-se em um profundo ensimesmamento que a afasta de tudo e de todos, inclusive de sua filha, uma alma sensível e apaixonada pela beleza do real enquanto dado por si mesmo. No interior desta relação conflituosa, a morte prematura de Paula faz surgir o elemento místico da trama, o vidente Daniel, que se encarregará de ajudar a alma de Paula a cumprir sua missão neste plano.
Para além das questões religiosas, levantadas de modo sutil e ácido na narrativa, o filme consegue criar uma esfera muito de leve de uma boa comédia, arrancando gargalhadas fortuitas e naturais dos espectadores que, entre uma risada e outra, são confrontados com as seguintes questões:
O que é a vida?
O que é o sentido da vida?
O que nos faz felizes?
O que levamos dessa vida?
Mesmo que nossa intenção não seja, aqui, religiosa, o filme faz com que a consciência desperte para o fato de que na vida e dela temos o que dela vivemos, não o quanto produzimos e, menos ainda, o quanto de nossa vida falam (fama). De nossa vida, temos as escolhas que fazemos em primeira pessoa: o que vivemos, por que vivemos e para quem vivemos! Esses são os pontos determinantes para julgarmos a qualidade de nossos dias.
Apesar de não apresentar-se como uma grande promessa, o filme vale como um modo inteligente de descontrair e como oportunidade de confrontar-se com um espelho existencial muito bem humorado.

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